segunda-feira, 11 de novembro de 2019

A poesia foi o miolo de pão mais delicioso que recolhi dos nossos passos, e assim nos encontramos.

A isca mais saborosa, eu fisgando tuas palavras, que vinham no meio dos beijos. Eu me apaixono pelos cabelos, sorriso e pela vontade dos poemas.

Até quando te visito para saber como estás,
é no encontro do que sentes com o que escreves
que eu sinto a presença do que eu amei.

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

poema pano


entre partidas

Em respeito ao Tempo
As despedidas são silenciosas.
De longe, acompanho a normalidade que é partir.
Voltamos pra casa, em rumos distintos.

Que sempre haja estradas e casa para sermos.


quinta-feira, 1 de agosto de 2019

aqui, como se fosse um diário



"Para um instante único
Em que o poema mais lírico
Se mostre a coisa mais lógica"



O que doeu profundamente no domingo ainda vou des-cobrir. Sei que me senti absurdamente inadequada e queria sair dali. Demorei mais do que devia, eu já tinha sentido que não era um bom lugar mais para se estar. Segui aparando algumas arestas, atiçando fogos internos para descobrir minhas chamas e meus apagamentos.
Gostaria de ser menos abstrata mas minha comunicação básica é assim, e eu amo. Às vezes não me faço compreender e sofro, às vezes acho que as pessoas se afastam e agora não lembro de ninguém que tenha se aproximado por isto.

Mas é melhor que eu seja eu mesma pra você poder me encontrar.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

é..


Fome de quê?
Na mesma barriga, minha, um útero recém afirmado e cuidado com amor,
uma sensação de estar preenchida e ter fome de algo que eu não sei o quê.

Fome e saciedade juntas? É.
E a cabeça se desconcerta para entender, processar.
O coração palpita, se acalmando com óleos essenciais
e a minha mão em cuidado e massagem carinhosa.

Tudo minha. Tudo eu.









segunda-feira, 23 de julho de 2018

um bem



Quero oxigênio para as minhas histórias de amor
Fôlego, parar no alto, gemer, suspirar, gozar
Saltar as letras pra escrever desejo. Vestir-me em amor bordado.
Passear.
Rever encantamentos do mundo. Ser doce, ser sincera, me apaixonada.


Dormir, acordar, dormir, acordar.
Uma gangorra para aproximar dos mundos.
Viagens marítimas, viagens astrais.
Invento segredos de mim. Sei, e não conto, tenho medo de que descubro.
Eu plantei esse sorriso.
Espero a colheita, espero, observo, sinto que é tempo.
Abaixar na terra e colher amor.


Aceito chamados para a rua e para as casas.
Quando saio, é de mim, levando pra passear meu silêncio.
Aceito agora beijo, abraço e alegria no corpo.
Tá no Mapa, aceito convites.
Julho é semi-agosto, quase lá.
Participo de cirandas, requebrando desconhecida.
Agora que já sei andar sozinha, quero companhia.


Eu durmo sobre o teu corpo antes dele chegar.
Eu nem sei se ele vai chegar.
Às vezes tenho certeza.. que sim.. que não.
Eu sonho inquieta esta noite.
E quero descobrir quem é você, quem é você na minha vida.
Aquieta-te.
Inquieta-te.
Mas a mim, somente a mim


Não há esquecimento se eu estou presente em mim.
Lembro de quem sou, do que gosto, de quem gosto.
Lembro de sorrir e agradecer.
Lembro que a vida tem gosto bom, e que sonhar gostos novos também é muito bom.
Sonho.
Tempos atrás eu só acreditava que houvesse o perdido, que ninguém mais havia sido inventado.
Era a escassez, a prisão no sofrimento.
Vejo hoje cores, formatos, ritmos.
Sei o que quero. Sei querer.

domingo, 15 de julho de 2018

ondas, marés, brisas


Domingo de sol!


Há tempo para o amor.
Há vontade.
A escrita diz assim.
Meu corpo também, quando encontra o seu, e quando encontra o de outras pessoas.
Para o seu, fui chamada, pelas águas.
Para os outros, sempre há uma alegria, pois falo e penso aqui nos corpos que amo.
Grande família, tribo, que se re-encontra e aumenta cada dia.
De onde eu posso sair sempre que queira, para onde eu posso voltar, com saúde, pros cuidados, pra cuidar.

domingo, 10 de junho de 2018

adiante (não há futuro)


tenho encontrado lugar pra ti, em parte discreta do instante, na estante próxima, mas não muito mexida.
tenho me mexido sem você

tenho olhado pra você, não tão perto, pensamento, e visto alguém com quem vivi o amor, deliciosamente.
entendi o que foi

não sendo mais, já não me faz tanta falta, nem mágoa, ou saudade.
faço por mim coisas bonitas
encantamento nas águas pra vida ser doce de volta, quero re-aprender a do-ser.

quando sei que o amor anoiteceu e não volta a ser manhã, sou dia.
ainda há outros cortes, porque antes havia outras carnes
e tudo o que toca no que já foi ferida mina

mas amores saram amores
dentro de mim o remédio, junto de mim o abraço
como se só agora, diante de tantas voltas, eu pudesse
amar é a colheita

(foto: Nathalia Miranda)